quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Arte Africana



Na África, durante milênios, as pessoas têm criado e armazenado a arte para representar seus sistemas de crenças religiosas, para constar sua historia, para descrever os acontecimentos importantes de suas vidas e de suas comunidades ou para a decoração do entorno em que viviam, a ornamentação pessoal e o embelezamento dos objetos cotidianos que utilizavam.

O primeiro impacto da arte africana foi conhecido no mundo ocidental no final do século X, trazidos de Benin e da atual Nigéria. Entretanto, até ultima parte do século XIX, as obras africanas não tiveram interesse para o colecionador europeu, já que as consideravam como trabalhos manuais de tribos selvagens. Os colecionadores europeus reuniram amplas coleções de trabalhos manuais tribais dando importância ao seu conteúdo estético; mas importantes artistas, em princípios do século XIX, particularmente cubistas e expressionistas, se inspiraram naquela denominada arte tribal, especialmente nas mascaras.

No ano 1903 Maurice Vlamick, um paisagista franco-belga, contempla no mostrador de uma Loja de Paris duas estatuas de madeira; surge assim, como por encanto, a apreciação da escultura africana que tão poderosamente ia influenciar na arte moderna. De tratava de esculturas do Congo, como ele e outros artistas ja haviam visto, mas Vlamick, que acertou em ver nelas, com súbita intuição, uma manifestação de arte autentica, convenceu seu proprietário a vendê-las, mostrou-as a seu amigo francês, o pintor Andres Derain, logo foram ver a Henri Matisse, caudilho desse movimento nascente que rompia com os cânones clássicos; essa entrevista, entretanto, não teve a transcendência que logo lhe daria o artista Pablo Picasso. 

A arte africana foi especialmente estudada, descobrindo que o artista cria os objetos como espelhos da natureza, sendo uma analogia de imagens naturais; onde a força vital da natureza se entrelaça com o mistério do universo como experiência do homem fora do contexto tribal. 

A escultura que é a arte clássica dos povos de raça negra, tem servido como um meio mais obvio e natural para a expressão dos sentimentos e idéias destes povos. Para o artista africano, a arte tem a missão de tornar visível todo o mundo invisível das idéias. 

Em Ifé, considerada ainda hoje por muitos yorubas como a Cidade Santa na atual Nigéria, durante os séculos XII e XIII os artistas elevaram a um grau de perfeição a arte do retrato em barro cozido e em bronze à cera perdida. Esta técnica passa a Benin, cujo florescimento se inicia no século XII e onde o bronze ia conhecer um excepcional desenvolvimento ate o século XIII. 

Outra forma de arte é a escultura de madeira, neste estilo se destacam as cabeças de tamanhos maiores que a proporção dos corpos, simbolizando o principio diretor dos mitos, onde a cabeça é um símbolo de força sagrada da criação. Sua arte reflete esta variante humanista de suas formas, porque está embasado na idéia de família solidária. Em conclusão, é a partir do artista e de sua obra o que permite ao grupo social recuperar valores da antiga cultura e religião. 

Tanto máscaras como estátuas da África são símbolos religiosos com uma função definida e clara na vida de cada povoado, de tal forma que são parte do conjunto do costume, o qual ordenam e regulam e estão sempre associados à ritos religiosos. A mascara representa o tipo de cara da sociedade a qual pertence, desta maneira, o aspecto da mesma tem um significado estritamente iconográfico, simbolizando nas suas figuras relíquias do Poder Sagrado de Deus e da Natureza. 

A máscara protege, capta a força vital, se completa com a vestimenta, ainda que seja considerada em alguns casos, a cabeça, como lugar onde reside a força vital. Sua função é reafirmar em intervalos regulares a verdade e a presença dos mitos na vida cotidiana. Assegurar a vida coletiva em todas as suas atividades . Tenta tirar o homem de sua degradação no tempo histórico mediante representações. Que o homem adquira consciência de seu lugar no universo.

O estatuário é a encarnação dos antepassados. São autênticos símbolos que comunicam sua força à coletividade. As cabeças muito desenvolvidas, assim como os umbigos, são pontos importantes para eles. O primeiro por ser onde se encontra a energia espiritual e o segundo por ser o centro vital que une a mãe ao filho. 

Os materiais mais empregados são extraídos da natureza, como, a madeira, o ébano, o marfim, a terracota, a ourivesaria em bronze, cobre, ouro, etc. Tem diferentes formas de expressar a arte. A mais antiga é a pintura das paredes e as esculturas nas rochas. Estas formas se encontram no Saara, Sudão e no Leste e Sul da África e em maior medida, nas regiões tropicais. Estas pinturas têm milhões de anos de antiguidade e tem um grande valor para interpretar a historia.

Rafael Henrique 4º Publicidade e Propaganda

Nenhum comentário:

Postar um comentário