Literatura infantojuvenil com personagens negros
A leitura habitual de histórias com personagens negros desempenhando os mais diferentes papéis é fundamental para formar pessoas que valorizam a diversidade
Paula Takada (novaescola@fvc.org.br)
Criar condições para o desenvolvimento de atitudes de respeito à
diversidade é uma das responsabilidades das escolas durante toda a
Educação Básica. Para que as crianças aprendam a valorizar o diferente, é
preciso, desde cedo, trabalhar a questão rotineiramente e não apenas em
datas comemorativas.
Uma das possibilidades de ter o respeito às diferentes etnias presente no cotidiano das crianças é incluir na atividade permanente de leitura histórias vividas por representantes dos váriados grupos étnicos desempenhando os mais diversos papéis.
Para a antropóloga e escritora Heloisa Pires Lima, ao longo do século 20, as representações dos negros nos livros infantojuvenis brasileiros foram muito limitadas, refletindo - e, às vezes, denunciando - as condições dessas pessoas na sociedade. "Na literatura, os papéis reservados aos negros eram de personagens escravizados, folclóricos ou submetidos a situações de exploração e miséria, como as empregadas domésticas e os meninos de rua".
Se, por um lado, essas figuras retratam parte da triste realidade social do país, por outro, a ausência de negros no papel de heróis, princesas, fadas, vilões e outros tantos arquétipos literários dificulta a valorização da diversidade. "Para uma criança negra, é importante ter referências positivas da auto-imagem. E para todas as crianças, isso também é positivo, pois possibilita a construção de uma imagem mais plural da sociedade", avalia Heloisa.
Vale um alerta. Não basta ler histórias politicamente corretas e terrivelmente chatas. Os livros têm que ter qualidade literária e trazer ilustrações bem feitas, afinal, "eles servem como espelhos para a construção da identidade, principalmente a das crianças", resume a antropóloga.
Encontrar um livro com essas características na década de 1990 era difícil. Porém, a partir de 2003, com a lei 10.639 (que inclui o ensino de história e cultura africanas e afro-brasileiras nas escolas), dezenas de obras interessantes com personagens negros passaram a ser produzidas.
Sugestões de leitura
A antropóloga Heloisa Pires Lima indica 18 opções para integrar o acervo da escola:
Uma das possibilidades de ter o respeito às diferentes etnias presente no cotidiano das crianças é incluir na atividade permanente de leitura histórias vividas por representantes dos váriados grupos étnicos desempenhando os mais diversos papéis.
Para a antropóloga e escritora Heloisa Pires Lima, ao longo do século 20, as representações dos negros nos livros infantojuvenis brasileiros foram muito limitadas, refletindo - e, às vezes, denunciando - as condições dessas pessoas na sociedade. "Na literatura, os papéis reservados aos negros eram de personagens escravizados, folclóricos ou submetidos a situações de exploração e miséria, como as empregadas domésticas e os meninos de rua".
Se, por um lado, essas figuras retratam parte da triste realidade social do país, por outro, a ausência de negros no papel de heróis, princesas, fadas, vilões e outros tantos arquétipos literários dificulta a valorização da diversidade. "Para uma criança negra, é importante ter referências positivas da auto-imagem. E para todas as crianças, isso também é positivo, pois possibilita a construção de uma imagem mais plural da sociedade", avalia Heloisa.
Vale um alerta. Não basta ler histórias politicamente corretas e terrivelmente chatas. Os livros têm que ter qualidade literária e trazer ilustrações bem feitas, afinal, "eles servem como espelhos para a construção da identidade, principalmente a das crianças", resume a antropóloga.
Encontrar um livro com essas características na década de 1990 era difícil. Porém, a partir de 2003, com a lei 10.639 (que inclui o ensino de história e cultura africanas e afro-brasileiras nas escolas), dezenas de obras interessantes com personagens negros passaram a ser produzidas.
Sugestões de leitura
A antropóloga Heloisa Pires Lima indica 18 opções para integrar o acervo da escola:
Bruna e a galinha d´Angola, Gercilga de Almeida, 24 págs., Pallas, tel. (21) 2270-0186
Histórias da Preta, Heloisa Pires Lima, 71 págs., Cia das Letrinhas, tel. (11) 3707-3500
Quer saber mais?
Heloisa Pires Lima hhpires@uol.com.br
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