terça-feira, 22 de outubro de 2013

"Eu não sou colorida, eu sou negra"

Eu não sou colorida, eu sou negra" 
diz ministra italiana insultada por racistas
'Eu não sou colorida, eu sou negra' diz ministra italiana insultada por racistas
Desde que a nova ministra da Integração da Itália, Cecile Kyenge foi nomeada no último sábado (04), vem recebendo insultos de militantes, por ser negra e por ser mulher. Em resposta, disse não acreditar que a Itália seja um país racista. Sites de extrema-direita a têm rotulado com nomes como "macaco congolês", "Zulu" e "a negra anti-italiana". Rejeitando o termo "de cor", usado por membros da imprensa italiana para descrevê-la, Kyenge disse: "Eu não sou colorida, eu sou negra e digo isso com orgulho".

Além dos militantes, Mario Borghezio, membro da Liga do Norte no Parlamento Europeu, que foi aliado do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi também desferiu insultos com toques de racismo contra Kyenge. Ao se referir a ela, Borghezio chamou a coalizão de Letta um "governo bonga bonga", uma brincadeira com o termo "bunga, bunga", atribuído a Berlusconi e disse que ela parecia ser "uma boa dona de casa, mas não uma ministra". Kyenge rejeitou os comentários, que a presidente da câmara dos deputados, Laura Boldrini, qualificou como "vulgaridades racistas".

Borghezio criticou a ministra, porque ela planeja pressionar por uma legislação, à qual a Liga do Norte é contrária e que permitiria às crianças nascidas na Itália de pais imigrantes obterem a cidadania automática, em vez de terem que esperar até os 18 anos para reivindicá-la. "Cheguei sozinha à Itália aos 18 anos e eu não acredito em desistir diante de obstáculos", disse Kyenge, que deixou o Congo para que pudesse prosseguir os seus estudos em medicina.

Kyenge é casada com um italiano e disse não ver a Itália como um país particularmente racista e acreditava que as atitudes hostis derivavam principalmente da ignorância. Já Laura Boldrini disse ao jornal La Repubblica nesta sexta (03) que recebe ameaças de morte online diariamente e um fluxo de mensagens contendo imagens sexualmente ofensivas. "Quando uma mulher ocupa um cargo público, a agressão sexista dispara contra ela, sejam simples fofocas simples ou violentas... sempre usam o mesmo vocabulário de humilhação e submissão", disse Boldrini. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário