A INTERNET E O ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E
AFRICANA
A Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos é um documento que resultou da V Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V Confintea) e estabelece ações importantes relacionadas aos princípios de uma educação anti-racista. Para Confintea (1997) a Educação de Jovens e Adultos enfrenta um grande desafio, que consiste em preservar e documentar o conhecimento oral e cultural dos diferentes A educação intercultural deve promover o aprendizado e o intercâmbio de conhecimento entre e sobre diferentes culturas, em favor da paz, dos direitos humanos, das liberdades fundamentais, da democracia, da justiça, coexistência pacífica e da diversidade cultural. (CONFINTEA, 1999, p. 2).
A internet e suas ferramentas são recursos importantes na digitalização de documentos. No sentido de preservar conhecimentos ancestrais das matrizes que constituem a formação da sociedade brasileira. Além de possibilitar diálogos síncronos e assíncronos em rede entre grupos étnicos mundialmente.
Muitas escolas públicas já possuem laboratórios de informática. Mas, é preciso que o professor busque subsídios teóricos e metodológicos para a sua utilização. Uma das possibilidades é o de utilizar a internet como apoio ao ensino de história e cultura afro-brasileira e africana.
A lei 10.639/03 determina a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares. A lei também estabelece que os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira sejam trabalhados no contexto do currículo escolar.
Ao trabalhar com conteúdos sobre a história e cultura afro-brasileira e africana mediados pelas tecnologias o professor de história precisa “dar condições para que o aluno possa participar do processo do fazer, do construir a História”. (SCHMITD, 2006, p. 57). Portanto O papel da História consiste em orientar os sujeitos a pensarem historicamente, a constituírem uma consciência histórica, a reconhecerem as diferentes experiências históricas das sociedades e, a partir desse entendimento, compreender as situações
reais da sua vida cotidiana e do seu tempo. (CAIMI,2010,p.60).
Assim podemos afirmar que a diversidade étnico- racial brasileira não pode se constituir apenas em conhecimentos para ser lidos em texto, artigos, dissertações ou teses(on-line ou impressos) de forma conteudista. Pois os alunos e professores são sujeitos históricos e estão inseridos no processo de construção histórica da sociedade Brasileira. Portanto: “a sala de aula não é apenas um espaço onde se
transmite informações, mas onde uma relação de interlocutores constroem sentidos”.
(SCHMIDT, 2006, p. 57).
Ao usar as tecnologias como suporte na construção de conhecimento, é preciso que o professor utilize-se de metodologias que possibilitem ao aluno uma problematização histórica dos conteúdos relacionados à história e cultura afro- brasileira e africana. Construir uma problemática consiste em indagações no sentido de rever os conhecimentos transmitidos historicamente e que foram e ainda são
repassados em relação aos africanos e afro-descendentes. Tais como: por que a história do continente africano ainda presente nos livros didáticos apresenta seus conteúdos de forma fragmentada? Por que as imagens perpetuadas pela historiografia tradicional dos livros didáticos representam o negro de forma
cristalizada, apático e passivo em relação ao regime escravocrata no qual foi forçadamente submetido? Por que se utiliza na maioria das vezes genericamente o termo africano para referenciar os povos, sem levar em consideração a diversidade étnico-racial dos povos que habitam o continente africano? As ilustrações presentes no livro didático na internet e na mídia em geral apresentam a diversidade étnico-racial brasileira? Por que o as representações da África no imaginário escolar são carregados de preconceitos, discriminação e estereótipos? Como a disciplina de história poderá contribuir para uma análise critica da cultura afro-brasileira e africana em sala de aula? é preciso que se leve em consideração o fato de que a história suscita qestões que ela própria não consegue responder e de que há inúmeras interpretações possíveis dos fatos históricos. Nesse caso, a problematização é um procedimento fundamental para a educação histórica.
(SCHMIDT, 2006, p. 60).
A valorização da identidade e da diversidade étnico racial em sala de aula deve ser oportunizada aos alunos. A seguir destacamos algumas fontes, sugestões de atividades, recursos e metodologias que poderão ser utilizadas pelo professor no sentido de iniciar diálogos sobre o pertencimento étnico racial dos alunos e da história e cultura afro-brasileira e africana. O principal objetivo destas atividades é o de indicar possíveis caminhos para a superação de todas as formas de preconceito, racismo e intolerância em relação a diversidade étnico- racial brasileira e quiçá mundial.
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